domingo, 10 de junho de 2012

Me cago en la leche!

E pronto, conforme há muito se adivinhava nuestros hermanos estenderam a mão: nada mais nada menos que 100 mil milhões, só para a banca.
Como a economia deles não é a nossa, nem a Grega, outro galo canta, pois consta que não terão condições tão apertadas como os restantes. A ver vamos, pois o resgate Irlandês também foi para sanear uma bolha financeira e o povo é quem está a pagar; muito temo que a coisa não seja assim tão simples e que "a crise da vizinha será pior que a minha"Ao contrário do que por cá se viu ali os responsáveis estão já apontados e há quem peça as devidas responsabilidades.

Agora venha o filme do costume de atirar as pedras aos malvados mercados, ao neoliberalismo, ao capitalismo e seus afins.
Surpreende-me como muita gente não compreenda ainda que neste sistema financeiro não podemos deixar cair um banco, pelo risco sistémico que comporta para os restantes, pelas constantes intervenções estatais na banca e não porque estes gozem de liberdade para a sua acção. Foi a constante intervenção estatal, muitas vezes directa (interferindo com a gestão da organização) ou através de incentivos ao crédito barato, ao investimento público, às PPP's e outros que tais que criaram a sensação "too big to fail". Isto é socialismo puro. Num sistema bancário saudável, tal como noutros sectores, só se evita o risco sistémico afastando por completo as intervenções estatais, por forma a que as organizações adoptem mecanismos e práticas de gestão que as protejam das asneiras dos outros. Se em qualquer empresa há um indicador básico para medir a sua exposição que diz que o peso de um cliente não deve ser superior a 15% do volume total das vendas, porque não adoptam os bancos princípios semelhantes ao invés de mergulharem de cabeça em activos de risco com enorme exposição? Não será porque sabem que existe um para-quedas estatal?
Reafirmo assim, aquilo que há muito venho defendendo: esta não é, em primeira instância, uma crise económica e financeira, mas sim uma crise de práticas de gestão, onde erram os governos que se metem constantemente onde não são chamados, esquecendo o seu papel de mero regulador ao invés de jogador, como erram as organizações que adoptam práticas de risco. No fim de contas pagamos todos uma factura demasiado elevada.

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