sábado, 30 de abril de 2011

Lar doce lar amargo?

Irei de férias a Portugal dentro de dois meses, portanto, com novo Governo eleito o que me leva a sentir uma verdadeira curiosidade de ver in loco o verdadeiro estado do rectângulo.
Que me perdoem os amigos e familiares, que estão sempre à frente no que toca a saudades, mas o estado do país desperta em mim uma certa ansiedade, pois com a desinformação que reina na comunicação social e afins não dá para ver um palmo à frente do nariz tal a escuridão que reina no túnel.
Mas aviso já que não vou aturar conversas da treta do tipo “ah e tal tu lá fora é que estás bem, isto aqui está mau”! A ninguém mais dói o facto de pagar o preço do reconhecimento, com a distância, do que àqueles que emigram. Não há no mundo como a nossa casa.
Também não vou discutir política, seja ela nacional ou regional (e como eu gosto de uma boa tertúlia). Todos sabem a minha cor e as minhas ideias. Votaram PS e preparam-se para o reeleger, portanto não chorem, tiveram tudo aquilo que merecem e merecem tudo o que está para vir. Quem vota alarve e defende o indefensável merece ser espoliado até ao tutano. O país socialista está na bancarrota, o Alentejo socialista é um deserto e a Elvas socialista é um bairro de Badajoz, mas a culpa é de todos menos de quem governa, não é? Portanto aguentem-se. Eu estarei só uns dias de passagem para descansar.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A hipocrisia do Estado Social

A expressão Estado Social sempre me causou urticária, tal a hipocrisia com que é usada no nosso país.
Como sabemos o Estado não é mais que o conjunto de instituições que gerem e administram determinado território, logo é constituído por pessoas, pelo que inferimos que este, pelas funções que lhe são inerentes, é sempre Social. No entanto em Portugal a expressão é usada para definir as funções, como que obrigatórias não fossem elas inerentes, de apoio e assistência social aos mais fracos e desfavorecidos, assim o que realmente temos é um Estado Assistencialista, que assiste não sabemos quem e se o merece ou não, subjugando todos os outros a pagar impostos que alimentem o modelo. Acontece que prestar assistência a todos (mesmo onde e quando não compete) dá muito trabalho, e trabalho aqui significa interferir e controlar demasiadas variáveis, principalmente económicas, logo, daí a um Estado que intervenha na economia, com o prejuízo que lhe está associado, vai um passo.
Desta forma o Estado Social é tão só o garante de sua santidade a "esquerda" à qual tudo é perdoado, como aumentar o desemprego, aumentar impostos eternamente ou destruir a economia, para se perpetuar no poder á custa daqueles que supostamente deveria assistir, diabolizando todos os outros que anseiam por uma mudança de paradigma. Mudança essa que é tão só não prometer mundos e fundos com o dinheiro dos outros, mas limitando-se ao que existe, por forma a evitar as tristes figuras a que Portugal hoje se presta.
Num país com cerca de 700 mil funcionários públicos, mais de 600 mil desempregados e 3 milhões de pensionistas, prometer mais Estado Social significa vencer eleições, mesmo que daí resulte um país cada vez mais pobre. Quem prometer facilidades para haver mais trabalho, e criar riqueza, está literalmente lixado com F, pois neste país falido, onde o PM tem o FMI em casa mas passa a Páscoa num hotel de luxo no Algarve, os sacanas dos ricos (o horror! o horror!) que paguem a crise.

sábado, 16 de abril de 2011

O coração das trevas

Anda por aí uma grande preocupação com a possibilidade de Portugal não conseguir beneficiar de ajuda financeira, devido às reticências que surgem pela Europa fora.
Não é de admirar, pois ninguém no seu perfeito juízo emprestaria dinheiro a um país falido, que se ocupa a discutir o maior partido da oposição e que se prepara para reeleger quem o conduziu à situação actual após seis anos de provas dadas.
Eu também não emprestaria, até porque Portugal visto à distância não é coisa bonita de se ver. Aliás, não se vê praticamente nada e esse é o verdadeiro problema.

terça-feira, 12 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

Cabecinha pensadora


E os portugueses que vêm de outras regiões? E os emigrantes? E os Franceses ou Alemães? Isto não é descriminação?
Pelo menos ficámos a saber que na cabecinha pensadora, que planifica a estratégia do turismo para o Alentejo, existe a ideia de que os turistas fazem contas ao custo do combustível no destino...
E assim, provavelmente, pagamos todos dormidas mais caras, para que os espanhóis poupem uns cêntimos na gasolina.

Há coisas fantásticas, não há?

sábado, 9 de abril de 2011

Há muito que me intriga...

Se a malta de esquerda é que é moderna, fashion, cool, solidária e tudo o mais que há de bom, porque dizemos que alguém porreiro é um tipo às direitas?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Na falta de bons líderes Freud explica

Começa a ser notória uma qualquer patologia colectiva de teor sado-masoquista no nosso povo, pois é só assim se explica que depois de seis anos a levar porrada haja quem queira mais do mesmo.
A uns milhares de kilometros de distância do país é possível descortinar melhor e ver as coisas de outro prisma, pois a vista e a opinião não ficam tão turvas como quando estamos mergulhados no pântano. As visitas ocasionais nas férias têm permitido constatar in loco a degradação constante das condições de vida no país, o que ficou ainda mais claro após uma tentativa falhada de regresso há um ano atrás, que se ficou por uns meses sufocantes, atolado na inépcia de um país em retrocesso, que me empurrou novamente para o estrangeiro.
A conversa do “isto cada vez está pior” é uma constante dita com voz cada vez mais rouca, no entanto o desespero das pessoas é tal que confiam cegamente em quem lhes promete o paraíso por um prato de lentilhas, mesmo que as promessas venham de quem já os atirou para o abismo a troco de os deixar com os bolsos vazios. Isso ou somos um povo de coitadinhos (depois destes seis anos não há milagres) e temos muita pena do calimero.
Ora depois disto tudo, definitivamente, Portugal não precisa de bons políticos mas de psiquiatras que curem a sua psicose colectiva.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O país num ditado (2)

"Não há duas sem três"

É oficial, teremos o FMI pela terceira vez em Portugal.
Esperemos que nas próximas eleições o ditado não se confirme.

sábado, 2 de abril de 2011

Ser emigrante é porreiro pá!

Segundo a notícia publicada na passada quinta-feira no Linhas de Elvas, parece que os emigrantes portugueses, no plenário do Conselho das Comunidades Portuguesas ontem reunido, lamentam que o país desperdice o potencial das comunidades.
Pessoalmente não lamento nada disso, mas antes o desperdício de tanta mão de obra qualificada, por incompetência e incapacidade de quem gere os destinos do país. Manuel Beja, conselheiro na Suiça, afirmou que "Os governos não se interessaram em dinamizar o relacionamento entre o país e as comunidades. Só agora é que se fala seriamente em desenvolver as exportações". Há quanto tempo este senhor não lê notícias do nosso país? Não se recorda que o nosso ainda PM se fartou de viajar pelo mundo a promover as exportações portuguesas? Em abono da verdade foi das poucas coisas boas que fez. Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Magrebe, Venezuela, China ou Rússia. Chega? Que os nossos empresários prefiram a boleia do Estado para se promoverem lá fora e não têm proactividade para o fazerem sozinhos e portanto ainda há muito a fazer, isso é outra conversa.
E se acreditam que o nosso país não promove, perdão, apoia a emigração fiquem sabendo que até temos direito a um Gabinete de Incentivo Apoio ao Emigrante. Para que serve não sei, mas gostava de saber como é que um burocrata numa qualquer câmara municipal vai apoiar alguém a emigrar para Moçambique sem nunca lá ter posto os pés...
Ainda na notícia pasmo ao ler que alguém afirmou que vê com muita apreensão os problemas do país e que os emigrantes podem dar um grande contributo para a solução dos problemas. Como?! O visado ou o jornalista não dizem. Será ouvindo as nossas sujestões? Enviando mais remessas? Fazendo publicidade gratuita às empresas exportadoras? Trazendo as nossas familias completas e amigos para não sofrerem com o flagelo luso? Será assim tão difícil compreender que não haveria melhor contributo ao país que existirem condições para deixar de ser emigrante, por forma a contribuir com o nosso trabalho, o nosso rendimento e os nossos impostos para Portugal, ao invés de o fazer para benefício de outro?
A diarreia cerebral, qual cereja em cima do bolo, surge com o Secretário de Estado das Comunidades a apontar a emissão de 160 mil cartões do cidadão pelos diversos consulados como "sucesso extraordinário" da influência da CCP junto das políticas públicas para a emigração. Porreiro pá! Somos 5 milhões (e continuamos a aumentar) pelo mundo fora e o governo rejubila por uns quantos cartões.
Pois quanto a mim, o sucesso extraordinário das políticas públicas para a emigração foi marcar presença com a minha mulher às 6.00h da madrugrada à porta do consulado de Luanda, que abre às 8.00h, para garantir uma senha para emissão de Passaporte, pois só há 20 senhas por dia, ou ter que lá me deslocar três dias consecutivos para um simples reconhecimento de uma assinatura.
É caso para dizer que neste, como em muitos outros assuntos, quando quem governa não sabe ou não tem conhecimento de causa mais vale estar quietinho e caladinho. Faz-se melhor figura.