sábado, 12 de março de 2011

A marcha dos enrascados

Parece que aconterá hoje por terras da Lusitânia a anunciada manifestação da "Geração à rasca", movimento cujo rastilho foi uma música de qualidade mais que duvidosa e que nada acrescenta à parvoíce de uma geração habituada a ter tudo de mão beijada.
Lendo o Manifesto de um movimento que se quer fazer ouvir, vejo que o que têm a dizer é um pouco mais que nada. À boa maneira portuguesa, reclama-se, declamam-se algumas queixas, apontam-se culpados e nada mais. Nem uma solução, um caminho, um rasgo de um projecto, nada de nada... E, como tal, à boa maneira portuguesa tudo isto resultará no mesmo: absolutamente nada.
Na melhor tradição terceiro-mundista os portugueses continuam a exigir tudo e mais alguma coisa do Governo ou do Estado, pois não percebem onde acaba um e começa o outro, como se fossemos um país completamente subdesenvolvido (somos?) onde a intervenção estatal é fundamental para o desenvolvimento. Ora o que acontece em Portugal é precisamente o oposto, os tempos os intervencionismo cainesiano já passaram e hoje Portugal precisa sim de menos Estado e mais liberdade (é vergonhoso voltarmos a apelar a ela 37 anos depois...).
Se esta geração está à rasca é porque o Estado se intrometeu demais nas suas vidas; regulando, taxando, legislando, inspeccionando e concorrendo económicamente com os cidadãos. O que esta geração, da qual pela idade faço parte, devia exigir era precisamente o oposto do que pede, ao invés de mais emprego e melhores condições (?), devia exigir que o Estado se deixasse de medidinhas, iniciativazinhas, planos e o diabo a quatro, permitindo pura e simplesmente a livre iniciativa e empreendedorismo, e ao mesmo tempo passar a encarar os cidadãos como potenciais criadores de riqueza, ao invés dos meros contribuintes a que hoje nos reduziram.
Em última análise ou recurso dou um conselho aos jovens á rasca: não se limitem aos horizontes da vossa aldeia ou cidade, pois existe todo um mundofora. Infelizmente, pois quer-me parecer que o nosso país não se pode dar ao luxo de perder os melhores.
Mas afinal de contas tudo tem um preço e o nosso provincianismo sempre nos saiu demasiado caro.

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