quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Um país de telenovela

Tantos anos longe fizeram-me esquecer o quão surreal, caricato e bipolar consegue ser o nosso país. Agora que regressei tenho dias em que não sei se estou a assistir a uma telenovela de qualidade duvidosa, se a realidade é mesmo assim ou sou eu que tenho um gene à la Tim Burton que distorce tudo que vê.

Os Portugueses são uns socialistas invertidos: todos têm a obrigação de contribuir para o meu bem estar, já eu contribuir para o bem estar dos outros é outra conversa. Vai daí o que não falta é criatividade para criar impostos. Solidariedade forçada é que é. E quando somos obrigados à bruta a contribuir, para um sem fim de causas, já sabemos que depois não sobra nada para contribuir livremente para o que importa, não é? Enfim, adiante... 

Agora anda por aí uma coisa chamada fiscalidade verde. É assim meus senhores: não vale a pena dourar a pílula, são mais impostos e ponto final, ok? Isto do verde é muito bonito, mas não engana. Para mim verde só o Sporting, porque tudo o resto e ainda por cima quando se trata de impostos (leia-se: roubo legalizado e permitido ao Estado) é de fugir a sete pés. A perfídia da coisa chega ao ponto de justificar mais este roubo com a possibilidade de contribuir para a redução do IRS. Mas que bem! Pagamos mais de um lado porque nos sobra mais do outro. De génio mesmo. Será o nosso Ministro do Ambiente um infiltrado da Greanpeace?!

Para ajudar à festa querem-nos obrigar a sustentar uns artistas que ninguém ouve, vê ou lê, à pala dos telemóveis, pen-drives e discos rígidos que compramos para uso pessoal. Corrijam-me se estiver enganado, mas ainda não mudámos o nome para República Socialista Portuguesa. Já chegámos a Cuba?! Tá tudo doido, só pode. Não vendem as suas "obras"? Azar, já nos faltava sustentar a falta de talento. Mas doravante vamos sustentar com taxas e taxinhas tudo o que ficar sem sustento? No mínimo demente.

Como cereja no topo do bolo temos uns descerebrados com dinheiro e tempo livre a mais e cérebro a menos, já ali ao virar da esquina, a criar uma coisa "gira" chamada Estado Islâmico, a ameaçar atear fogo ao mundo e cujo principal passatempo é degolar pessoas. Dizem ainda que reivindicam uma coisa chamada Al-Andaluz, que só por acaso é a nossa casa, coisa de menor importância, pois o que realmente importa para a nossa imprensa é o romance do Fábio e da Ângela, dois lindos pombinhos jihadistas lusos, que levam a língua de Camões, mais umas quantas armas e bombas, à Síria. Ah e detestam o ocidente, mas não dispensam pepsi e nutella... A nutella senhores.
Ou os nosso jornalistas nos tomam todos por parvos ou são uma cambada de incompetentes, pois é frustrante ter que recorrer à imprensa estrangeira para perceber algo deste imbróglio no Médio Oriente. Mas o que povo é que é ignorante e não se interessa, não é?

Isto só como pequena amostra do que quero dizer, porque os exemplos são infindáveis, mas que somos um país único lá isso somos. Conseguimos ser surreais, dementes, deprimentes e divertidos ao mesmo tempo. Um verdadeiro estudo de caso.

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