À hora que escrevo esta linhas faltam pouco mais de 24 horas para deixar Angola. Parece que foi ontem aquele 14 de Abril de 2007 em que aterrei em Luanda pela primeira vez...
Uma certeza: sai uma pessoa muito diferente daquela que aqui chegou. Tive muitas e variadas experiências e vivências, do pior ao melhor. Mas para já levo comigo o calor, o cheiro da terra, as praias da ilha, o mufete, o calulu, a moamba, as zungueiras, que calcorreiam incansavelmente as imensas ruas de Luanda, os candongueiros, que na sua temerária condução transportam a vida pelas veias da cidade; levo o Kinaxixe, a Mutamba, as Ingombotas e o Miramar; levo esta imensa Luanda que foi minha casa emprestada ao longo destes anos.
Estarei eternamente grato a este povo, o que aqui aprendi não tem preço e tive a oportunidade que faltou no meu país. Angola marca-nos, a ferro mesmo, mas para já é hora de seguir em frente, virar a página e regressar a casa. No Alentejo o chamamento da nossa terra é demasiado forte. Saudades para já só da planície alentejana, apesar de dizerem que quem bebe a água do Bengo já não deixa Angola... Ou será Angola que não nos deixa?
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