sábado, 19 de outubro de 2013

Um desígnio nacional

Parece que finalmente temos um bom orçamento de Estado, só é pena chegar tarde; esperemos que não tarde de mais.
Para não variar começou igualmente a berraria de todos aqueles que vivem dependentes desse mesmo orçamento. O povo, como é óbvio, não é excepção, sofre na pele mais que ninguém as agruras de um Estado glutão, omnipresente e com rédea solta no que a si próprio diz respeito. Os "mimos" para com o Governo e políticos no geral, sucedem-se. Parasitas, chulos ou ladrões são as etiquetas mais ouvidas pela prole. Por isso não se percebe como é que o povo vê nos políticos uma cambada de parasitas, mas bate palmas a cada inauguração de uma rotunda lá na aldeia, ao mesmo tempo que pede mais Estado, mais intervenção e mais poder para os políticos. Não podemos querer chuva na eira e sol no nabal. Não podemos continuar a exigir cortes, desde que estes não nos atinjam.
Portanto se os portugueses tanto se queixam dos seus políticos, é mais do que hora de exigir a redução desta classe que tantos dissabores nos tem causado, e isto implica como é óbvio a redução do Estado e consequente limitação dos poderes central e local. É hora de percebermos, de uma vez por todas, que dos políticos só virão défices, despesa e dívidas, jamais tal classe dará seja o que for, pois o que é dado a alguém é tirado. A classe política e sua trupe de burocratas não produz coisa alguma, jamais produzirá, pelo que a sua função não é mais que assegurar a liberdade e segurança para que outros produzam; são meros servidores dos privados, mas nos tempos que correm a posição inverteu-se e somos nós privados que trabalhamos cada vez mais para alimentar uma classe que se empenha cada vez mais e melhor (chegando nalguns casos a roçar a malvadez e sadismo) em não ter quem a sustente.
Uma das mais importantes reformas devia ser a reorganização do mapa autárquico, era um excelente ponto de partida para eliminar muita da classe e poder político que só entravam o país. Precisamos mesmo de tantas autarquias? Acreditam mesmo que seria o apocalipse acabar com câmaras municipais em locais por trás do sol posto, onde só pululam ditadores em miniatura empenhados em infernizar a vida a quem não é da sua cor política, pois de outra forma não seriam gente?! Só mesmo por pura demagogia e cegueira política se pode dizer que o povo debandava com o encerramento da Câmara lá do sítio. Muita da nossa falta de liberdade e atraso económico passa por aqui, pelo que este assunto devia ser um desígnio nacional.

2 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

Desta vez não estou de acordo consigo caro André.

Logo por que o Orçamento para 2014 não é bom. Onde está, por exemplo, o corte nos subsídios que o Estado a toda a espécie de associações? Desde a "República do Bota-Abaixo" até aos realizadores de filmes que ninguém quer ver? Ou a proibição de - já que se reduz no pessoal - de contratar empresas de trabalho temporário para fazer o mesmo pelo dobro do preço de antes? E os exemplos seriam mais que muitos...

Quanto aos municípios também estou em desacordo. Ou o meu amigo acha que se poupava muito com a extinção do concelho de Monforte ou Sousel? Se quisermos poupar a sério teremos de juntar, por exemplo, o Barreiro, Montijo, Moita, Alcochete e Seixal num só Município. Mas aí é uma chatice...

Um Abraço!

KK

André Miguel disse...

Caro Kruzes,
Está longe de ser um excelente orçamento, seria caso tivesse sido apresentado há dois anos atrás, quiçá tivéssemos evitado o brutal aumento de impostos de 2013. Mesmo assim concordo que ainda há muito por onde cortar.
Quanto aos exemplos que cita, até juntaria muitos mais a nível nacional, pelo que sim, acredito que se pouparia mesmo muito. Mas não seria só extinguir por extinguir, pois todas as competências das Câmaras (e Juntas de Freguesia) teriam que ser revistas, principalmente no que toca ao excessivo poder que têm sobre a economia.
Abraço