Como zeloso cumpridor das minhas obrigações fiscais guardei o ultimo dia do ano, que me encontraria em em Portugal, para liquidar o imposto que o Estado me cobra por ser possuidor de um veículo automóvel, assim dia 27 de Dezembro lá me dirigi aos serviços de finanças de Elvas. Eu e mais uma catrefada de gente, como é óbvio, pois é mais que conhecido o gosto dos Portugueses pelo fim dos prazos do que quer que seja.
Ora estava eu descansadinho da vida, sentado, à espera que o monitor anunciasse o número da minha senha quando de repente começo a ouvir alguém a anunciar quantias monetárias, que, descobri de imediato, nada mais eram que os valores a pagar pelo contribuinte que se encontrava ao balcão no respectivo momento. Volta e meia além da quantia a voz ainda anunciava uma multa por pagar, uns juros, uns valores em atraso, etc. Chegada a minha vez até fiquei a saber que era bom que apenas pagasse o equivalente ao número da minha senha, mas infelizmente era muito mais... Eu e toda a sala ficou a saber. E tudo graças ao magnífico timbre de voz dos zelosos funcionários do fisco de Elvas. O que cada um paga, o que deve, quanto deve e o que mais houvesse. Isto é, no mínimo, uma tremenda falta de profissionalismo e, no máximo, uma total falta de vergonha na cara e respeito pelos outros. Nós sabemos que os funcionários das finanças sabem, mas escusavam que o mostrar e dar a conhecer aos outros.
Todos sabemos que Elvas é uma cidade pequena, onde todos se conhecem, mas (e ainda que assim não fosse) por isso mesmo não se pode faltar ao respeito e invadir dessa forma tão escabrosa a privacidade de cada um, ainda por cima num tema tão particular como os impostos que cada um paga ou deve. Foi um triste espectáculo ao qual não consegui ficar indiferente, pelo que fica o reparo e o apelo a que alguém ensine para aquelas bandas o que é o chamado "sigilo profissional".
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