Quando a nossa sorte não deriva de escolhas próprias cujas consequências sejam da nossa responsabilidade, mas de decisões dos outros que nos são impostas sabemos (ou pelo menos devíamos saber) a quem devemos dirigir as reclamações pela nossa condição. Da mesma forma podemos igualmente influenciar a nosso favor quem detém o poder de decidir. No fundo é isto o socialismo. O poder centralizado nas mãos de uns quantos que decidem sobre todos os outros. Os outros, ou seja nós, resta tentar influenciar a nosso favor. Todos querem o seu quinhão e ninguém cede uma fatia do seu queijo.
Temos assim porque a austeridade em Portugal é aplicada de forma atabalhoada, sem nexo, insensata, mas de forma selecta. Há quem lhe chame excepções. Algo no qual o governo mais liberal de sempre é bastante profícuo. Ao contrário do que muita gente diz não temos uma austeridade estúpida porque afecta maioritariamente os mais fracos (também mas não só), mas sim porque é vergonhosamente selecta nos seus alvos. E isto num país que faz da igualdade uma bandeira, num país cuja maior preocupação da Constituição é meter-se em todos os detalhes da vida dos seus cidadãos a bem da igualdade. Isto é socialismo no seu esplendor, não é o liberalismo do qual acusam o nosso governo que de liberal tem muito pouco. Acordem enquanto é tempo.
Daí que a minha preocupação maior seja por muita gente pensar que um tipo como António José Seguro e os seus amigos do PS acabem com a austeridade e façam chover dinheiro sobre os pobres tirado aos mais ricos. Mais depressa os porcos ganham asas.
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