domingo, 10 de fevereiro de 2013

Políticos, politiqueiros e a política do betão

Parece que Cristóvão Crespo, Presidente da Comissão Política Distrital de Portalegre do PSD, e deputado eleito pelo circulo de Portalegre, ousou criticar a política socialista vigente há duas décadas em Elvas apelidando-a como dramáticaComo seria óbvio o Presidente da Câmara, José Rondão de Almeida, não gostou e vai daí nada como apelidar Cristóvão de "polítiqueiro de meia algibeira".
Tenho para mim que qualquer refutação de uma crítica se faz pela argumentação factual devidamente justificada e não pelo insulto directo e pessoal. Mas pronto, isso sou eu.
Nisto de política o que na prática interessa são os resultados, mais que as boas intenções, promessas e tudo o resto, e se olharmos para Elvas, os resultados estão bem à vista de todos: a maior taxa de desemprego da região, o menor rendimento per capita das cidades alentejanas, uma economia anquilosada e arcaica (se é que existe economia) e betão, muito betão. Sem dúvida que Elvas tem obra para mostrar e se o desenvolvimento se medisse pelas quantidades de cimento e asfalto a cidade era o paraíso na terra. Mas infelizmente a quantidade de rotundas, campos da bola, estradas, passeios e fontes não alimentam o povo, nem lhes enche os bolsos, como atestam duas décadas de socialismo; ainda que apesar de pobres mas honrados, pois afinal o Município não tem dívidas, o que lhe permite avançar com programas sociais para minorar as dificuldades. É verdade que a crise nacional e internacional não são alheias à situação de Elvas, mas, quer queiramos quer não, não se lhes pode imputar na íntegra os resultados de duas décadas de governação, a não ser que se assuma a posição tão lusitana da culpa ser sempre dos outros.
Mas nem tudo é mau, a cidade é agora Património da Humanidade e isso significa, como não podia deixar de ser, obras como por exemplo uma excelente e moderna circular à cidade para receber as hordas de turistas que certamente chegarão. Enquanto isso não acontece, aos Elvenses, sobra contemplar as obras com o nome do edil, ler notícias como a do El País há uma semana atrás e esperar por melhores dias.

2 comentários:

Kruzes Kanhoto disse...

A politica do betão teve o seu tempo já lá vão 20 anos. Pena que muitos - eleitores, eleitos e candidatos - ainda pensem apenas em espalhar alcatrão e fazer paredes.

André Miguel disse...

Sem dúvida Kruzes.
Incrível como o betão ainda serve para medir o trabalho de uma autarquia, mesmo em crise e com o país falido...