terça-feira, 29 de maio de 2012

Tributar o que não existe

"Boa parte da crise que atravessamos tem origem no sistema fiscal. Insiste-se em tributar a riqueza. Ora, em Portugal, produz-se pouca e esta tem quase sempre origem duvidosa. É claro que riqueza com pecado original não se declara. Assim, sobra quase nada para tributar e redistribuir. (...)

Num esforço inglório, alguns entusiasmadinhos da tributação inventaram há uns anos esta coisa dos sinais exteriores de riqueza. Mais um erro. Rico que é rico tem. Não ostenta. (...)

O problema está pois nesta obsessão absurda por tributar o que praticamente não existe. Lá fora, há riqueza a sério. Faz todo o sentido tributá-la. Aqui não. (...)

Por isso, devíamos adaptar o sistema fiscal à nossa realidade. E tributar o que temos em abundância. Ora, abundante, para além do cabelo do Jorge Jesus, só vejo a pobreza de espírito. (...)"


Rui Rocha, via
Delito de Opinião

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