sábado, 29 de junho de 2013

O culto da personalidade ou a falta de senso do ridículo

 "O nome do Coliseu e Parque de Estacionamento Subterrâneo de Elvas vai ser adaptado.
De Coliseu José Rondão Almeida o espaço vai passar a chamar-se Coliseu Comendador Rondão Almeida. Já o parque de estacionamento subterrâneo vai passar a designar-se de Parque de Estacionamento Comendador Rondão Almeida."
 
"O vice-presidente refere que infelizmente «há algumas vozes que garantem que se chegassem à Câmara retirariam os nomes destas duas obras. Graças a Deus o presidente tem tido saúde para além de ter a placa também fazer a obra pelo que é de toda a justiça fazer-se esta adaptação ao nome»."
 
Notícia na Rádio Elvas.
 
Isto não é para quem quer, é para quem pode. Uma mera questão de prioridades. Ou como soi dizer-se: cada povo tem os governantes que merece.
Já agora: não se arranja uma estátua do "comendador" e a mudança de nome da cidade?

domingo, 23 de junho de 2013

Portugal existe?!

O nosso país começa a ser de tal forma surreal que um tipo dúvida que exista mesmo um local assim.

Um dos ministros mais liberais do governo mais liberal de Portugal quer incentivar o emprego daqueles que menos necessitam:


Querem ver que dos 20% de desempregados há imensos doutorados e nós não sabíamos? Quer-me parecer que o problema mais grave é mesmo na ausência de qualificações. 
E a mim parece-me que o problema de reter cérebros tem a ver com uma coisa que escasseia muito no país: dinheiro para os pagar; e não será com medidinhas que a tesouraria das empresas passará a tê-lo.
A gestão de empresas é algo que não assiste o nosso governo mais liberal de sempre.

Menos mal que existe um Seguro contra a desgraça.


Que é como quem diz: atacai o pote que ainda há muito por onde comer.
Ou isso julgam eles. Pois só assim explica a pérola de assumir como prioridade política para as câmaras a criação de postos de trabalho no país. Nada mais fácil: é triplicar o número de funcionários em cada uma e assunto resolvido, naqueles Municípios onde a câmara já é a maior entidade empregadora passará a ser a única. Será o paraíso socialista em todo o seu esplendor.

Bem nos pode valer Nossa Senhora de Fátima para nos salvar de tamanha desgraça.

10 Discos da minha vida (5º)


Soundgarden - Superunknown (1994)

É, muito provavelmente, o disco mais difícil que ouvi até hoje e o exemplo perfeito do slogan "primeiro estranha-se, depois entranha-se", mas é um dos melhores exemplares do som de Seattle - vulgo Grunge - jamais feitos.
Negro, denso e surreal foi um dos capítulos finais do Grunge, lançado no mesmo ano da morte de Kurt Cobain. Um dos discos obrigatórios da história do Rock.

Ouvir:

sábado, 22 de junho de 2013

Senhor Comendador

É a chave de ouro para duas décadas de desastre socialista; pois passe então a ser tratado por senhor Comendador.
Salve-se pelo menos o Património da Humanidade, nem que este repouse, brilhante e opulente, sobre os cacos de uma cidade miserável, de mão estendida para quem a visita e entregue a uma brigada do reumático que bate palmas ao abandono pelos seus filhos e netos em busca de melhor sorte.
Haja também quem apoia tudo isto. Acho bem. Que sirva pelo menos para colocar um rosto aos apaniguados lá do burgo.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Não se arranja um imposto para a parvoíce?


É, talvez, a tirada mais tristemente hilariante dos últimos tempos:


Nomeadamente na construção, diz o mesmo.

Coitados dos nórdicos, tão pobres que são por causa do mau tempo que por lá faz. Na Escandinávia então, pobrezinhos, há anos que não há investimento.
Como economista que é Gaspar devia saber que o mau tempo devia ter impulsionado outros investimentos que compensariam a perda na construção, tais como, sei lá, o fabrico de guarda-chuvas, abrigos, cachecóis, aquecedores, etc... O enorme aumento de impostos é que não tem nada a ver.

Isto é o que dá viver de e para os números: quando estes não batem certo qualquer desculpa serve, nem que sejam os gambuzinos. Ou então é apenas gozar com o pagode.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Ó Elvas, ó Elvas viva o fogo de vista...

Telefonaram-me lá da santa terrinha a contar a novidade, mas a coisa era de tal forma surreal que um dificilmente acredita, mas ao ler esta notícia confirma-se a oficialidade da cena. Vejam ainda esta reportagem para o cenário ficar completo...

Rondão Almeida, socialista de cepa, continua igual a si próprio e afinal não faz nada mais que os cânones da sua ideologia, que tão bem, salvo seja, tem aplicado em Elvas nas últimas duas décadas. Mais que ser importa parecer, nem que seja à força.

Mas os elvenses gostam, já que lá na terra nada se passa, logo, ter à porta de casa as comemorações do 10 de Junho será todo um acontecimento para ser recordado durante décadas. Já como se vai pagar isto é coisa de somenos importância. Consta que a cidade anda animada.

sábado, 1 de junho de 2013

Há seis anos por Angola...


(Vista de Luanda a partir do Clube Náutico em 2008)

Parece que foi ontem aquele 14 de Abril de 2007 em que aterrei pela primeira vez em Luanda e, quase, sem dar por isso já lá vão meia dúzia de anos e muitas histórias para contar.
A economia então crescia a dois dígitos, quase tudo estava por fazer e não havia "gato pingado" que não apanhasse um avião em busca da sua oportunidade de negócio. Cheguei pela mão de uma empresa que daqui apenas queria dinheiro e nada mais, condições de trabalho e estratégia nem vê-las, bati com a porta ao fim de um ano, passei então para uma das "pioneiras" da responsabilidade social na tuga, mas que aqui se mostrou completa e escandalosamente irresponsável, foi simplesmente para esquecer ao ponto de tentar o regresso à terra em 2009, estávamos então quase a bater no fundo pelo que no ano seguinte já estava novamente em Luanda, desta feita pela mão de um dos líderes da sua área onde ainda hoje exerço funções. Assisti em directo a dois actos eleitorais, acenei a Bento XVI, cruzei-me com quase todos os nossos políticos e um bom punhado de figuras importantes da nossa economia. Vi muitos empresários chegarem e vencerem, outros tantos saírem de cena completamente derrotados pela ganância e o preconceito. Vi Luanda mudar de imagem, de imenso estaleiro de obras para uma cidade que se quer moderna e cosmopolita. E aprendi imenso, sobre coisas que nunca imaginei, coisas que jamais aprenderia no conforto do hemisfério norte; mudei definitivamente a minha imagem do mundo, assim como a minha própria pessoa. África transforma-nos.
Já comi muito funge e mufetes na Ilha de Luanda, mergulhei um sem fim nas suas águas cálidas. Perdi a conta aos dias sem energia, sem água, às horas perdias no trânsito infernal. Já stressei, desesperei, chorei e gritei imensas vezes, já perdi a conta às vezes em que disse apanhar o primeiro avião de regresso, mas ainda aqui estou; e vamos ficando porque apesar de tudo Luanda tem algo que nos agarra, que nos marca de forma indelével e permanente. Talvez seja o clima, o calor das suas gentes, a sua permanente boa disposição e incurável optimismo face ao futuro. Um futuro que não sei o que me trará, pois por vezes dou por mim a suspirar, se não pelo regresso, quiçá a uma nova aventura noutras latitudes, mas o dia que deixar Luanda não será um momento, de certeza absoluta, nada fácil...