quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Porque hoje é o fim do mundo

É já amanhã!

Finalmente de férias.

Se tudo correr bem, e se o mundo não acabar, amanhã lá aterrarei em casa para o merecido descanso.
A casa fica entretanto fechada até as baterias ficarem recarregadas.

Boas Festas a todos!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Divagação sobre Portugal, a crise, Angola e o futuro

No dia do fim do mundo, se Deus quiser, lá estarei a bordo do avião que me carrega de volta a casa, para umas merecidas férias.
Tem sido cada vez mais com um sentimento ambíguo que regresso para férias, se por um lado o cansaço é mais que muito e as saudades esmagadoras, por outro o cenário que encontro é cada vez mais desolador e o espírito daqueles que reencontro andam cada vez mais em baixo. Chega a roçar a esquizofrenia deixar em apenas 8 horas um local onde tudo melhora a olhos vistos e o ânimo reflecte-se no empenho que vemos no dia-a-dia para as coisas acontecerem, para outro, que ainda por cima é a nossa casa, onde tudo desmoronou e quase não há forças para reerguer o que se julgava garantido. Aqui abre-se a porta do desenvolvimento e as coisas começam a surgir. Aqui nada era garantido, tomar um duche era (e ainda é) um luxo, assim como iluminar a casa, mas já não vai sendo. Sente-se a prosperidade a crescer com o passar do tempo. Acredita-se num futuro. Tudo o contrário acontece na nossa terra. Descobrir que afinal o que tínhamos como garantido tinha sido conquistado com o dinheiro dos outros e que estes nos fecharam a torneira dói, dói muito. Mas nada está perdido pois, quer queiramos quer não, o mundo não irá acabar no dia 21, pelo que teremos um futuro pela frente, o qual será aquilo que quisermos que ele seja. Depende de nós e apenas de nós. Seremos aquilo que fizermos hoje.
Os Angolanos podem aqui dar-nos uma excelente ajuda, não pelos negócios, não pelas suas importações ou investimentos no nosso país, pelo grande exemplo que são de um povo que soube reerguer-se das cinzas (literalmente!). Eles perderam tudo, viveram o maior horror possível que é uma guerra entre irmãos, mas uniram-se e estão a reerguer-se enquanto nação, juntos estão a fazer por um futuro melhor no qual acreditam incondicionalmente e sem reservas. Mas para eles não há "fado", só importa que se faz no dia-a-dia, naquele preciso instante; o futuro é isso mesmo: futuro e desconhecido. Por isso uma características mais enigmáticas dos tugas para os angolanos é o nosso cinzentismo, o nosso fatalismo, como se actuássemos sempre à espera do pior. Como é possível construir um futuro sem acreditar, pelo menos, que o melhor está ali ao virar da esquina? O que foi já não volta a ser, já lá vai, por isso é inconcebível que desejemos voltar ao que éramos há uma década atrás, essa vida já não volta; somos pobres sim, mas só deixaremos de o ser se nos mentalizarmos de vez da nossa condição actual e acreditarmos piamente que o deixaremos de o ser num futuro próximo. E não esperemos favores nem dádivas de alguém, ninguém dá nada e tudo se paga; estaremos por nossa conta, caso contrário seremos o que outros quiserem ao invés daquilo que desejamos.

domingo, 9 de dezembro de 2012

O progresso da nossa economia mista


Um quarto, nada mais nada menos.
Quando as empresas privadas têm prejuízos fecham as portas, quando as empresas públicas têm prejuízos o Estado aumenta impostos, sugados aos primeiros e contra os quais concorre, para cobrir o desvario.
Quando se pagam impostos sem retorno é isto que acontece. Quando se pagam impostos para cobrir as asneiras de quem conduziu um país à falência é isto que acontece.
Qualquer imposto é um desincentivo ao trabalho e ao consumo. Quando o Estado fica com parte dos lucros de uma empresa está indirectamente a deter uma participação nessa empresa. Privadas? Pois... Quando o Estado fica com uma parte dos rendimentos do trabalhador está a confiscar parte do valor do seu trabalho, sendo aquele que sobra taxado novamente aquando do consumo. Não devem por isso existir impostos? Claro que devem, mas dentro de valores o mais baixo possível, caso contrário é isto que acontece.
E isto acontece porque a Economia e os Mercados são como a água: procuram sempre o caminho mais fácil e encontram sempre uma saída por muitos diques que lhes coloquem à frente. Se queremos alterar esta percentagem só há dois caminhos: ou se constrói definitivamente a barragem e o sacrossanto Estado fica com toda a economia e nos tornamos na Cuba da Europa ou deixamos definitivamente a água seguir o seu curso até chegar ao moinho de cada um. "Mistos" é que não podemos continuar a ser, ou somos carne ou somos peixe. Acredito que abraçaremos a segunda opção e que estamos a trabalhar para isso, mas quatro décadas de desvario socialista não se apagam de um dia para o outro. A cura dói e vai continuar a doer.

Publicado também aqui.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Cortar despesas

Não há chavão mais utilizado nos dias de hoje que a necessidade de reduzir a despesa do Estado.
Todos sabemos que assim é. O Governo tem noção disso e contra ventos e marés (há quem lhes chame interesses instalados) lá tem feito o seu trabalho na medida do possível. A oposição clama por cortes na despesa e por um plano de crescimento e emprego. Sugestões para isso zero, nicles. O povo clama igualmente pelos tão afamados cortes, mas este, ao contrário da oposição, fez ouvir as suas sugestões.
Recordam-se do site cortardespesas.com?
Num exercício de arqueologia pelo meu PC lá descobri o relatório que o Gabinete de Estudos Nacional do PSD elaborou em Outubro de 2010 sobre as propostas recebidas no referido site. Fica disponível aqui para consulta por todos os interessados.
A sua leitura é hoje um exercício deveras interessante...