"Se o seu rendimento for o mesmo quer o leitor trabalhe duramente ou não, que razões terá para trabalhar duramente? Porque há de fazer o esforço de encontrar o comprador que mais valorize aquilo que tem para vender, se isso não lhe trouxer qualquer benefício? Se não houver recompensa alguma para a acumulação de capital, porque há de alguém adiar aquilo que pode desfrutar agora mesmo? Porquê poupar? Como poderia alguma vez o capital físico existente ter sido alguma vez construído apenas na base da contenção voluntária dos indivíduos? Se não houver gratificação para a conservação do capital, porque não hão de as pessoas dissipar qualquer capital que tenham acumulado ou herdado? Se se impedir que os preços afectem a distribuição dos rendimentos, não poderão ser usados para outros fins. A única alternativa é a planificação da economia. Uma qualquer autoridade terá que decidir quem deve produzir o quê e quanto. Uma qualquer autoridade terá de decidir quem deve varrer as ruas e quem deve gerir a fábrica, quem deve ser o polícia e quem deve ser o médico. (...)
Quando todos possuem algo, ninguém o possui, e ninguém tem interesse directo em manter ou melhorar o seu estado de conservação."
Milton Friedman, Liberdade para Escolher (Lua de Papel)
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