Ontem acordei numa Luanda que insiste em não dizer adeus ao cacimbo, onde os dias se mantêm cinzentos e o calor persiste, mas aquele sufocante, que nos deixa a roupa colada ao corpo, tarda em dar o ar da sua graça.
Num país onde tanto há ainda por fazer não damos sequer pelos dias passarem, a azáfama é uma constante, parar parece proibido, há que compensar por estas bandas os fracos resultados obtidos noutros paragens. O cansaço nesta fase já é tanto que o dia-a-dia é passado em piloto automático, tendo o cérebro paragens momentâneas para lembrar apenas que não estamos em casa e recordar aquilo que não se esquece.
Como todos os sábados de manhã lá fui abastecer a dispensa a um conhecido supermercado da cidade. As ruas estavam estranhamente calmas, mais parecia que muita gente tinha abandonado Luanda, tal a tranquilidade do trânsito. Ao chegar ao local das compras o ambiente era algo diferente de outros dias. O parque de estacionamento estava praticamente vazio. Num local onde muitos estrangeiros fazem compras ontem estavam quase ausentes. No entanto havia uma azáfama estranha, com os funcionários a correr de um lado para o outro carregando caixas e caixotes. Eram as decorações de Natal.
Fiquei deprimido. Com o stress que carregamos aqui nem nos apercebemos da época do ano que se aproxima. E com este calor muito menos. Definitivamente Natal não rima com tropical. Menos mal que já faltou mais para as férias.
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