Talvez já não devesse, talvez seja ingenuidade, mas há coisas que ainda me espantam na cena Lusitana que atravessamos...
Estamos falidos, é ponto assente e vai daí cortes e mais cortes é o remédio desta gente para a cura. Cortes sempre iguais e sobre os mesmos. Desde a tanga de Barroso que andamos nisto e sem economia que mexa. Como é possível estarmos estagnados há mais de uma década e esta gente não facilitar, não desregular furiosamente, toda e qualquer actividade que ajude o zé povinho a ter pão para a boca? A coisa está muito bem explicada aqui pelo Pedro Santos Guerreiro e é leitura obrigatória:
"Não é só a factura obrigatória. É o IVA a 23%, que ou aumentou os preços (afastando a procura) ou reduziu a margem (diminuindo a rendibilidade). São os sistemas de facturação novos, que implicam aquisições de equipamento. É a ligação obrigatória à Internet. É a nova lei do arrendamento comercial. É o novo regime de bens em circulação, que exige uma papelada infernal. Os tempos do comerciante de lápis na orelha nem para nostalgia dão: o Estado passou a coleccionar-lhes as orelhas."
Quase aposto que até aturávamos melhor os cortes de Gaspar se pelo menos nos deixassem trabalhar e se o fruto do nosso trabalho apenas dependesse do esforço de cada um e não da tesoura cega do Estado.
Não venham com as tangas das mudanças estruturais porque é conversa para boi dormir, isto é apenas uma banda gástrica, para comer menos, porque daqui a dois anos bastam seis meses de desvario socialista para a engorda recomeçar, pois o esqueleto está todo lá. E tudo isto vem do governo mais liberal que Portugal já teve (a sério, não é para rir)...
É verdade que algumas - poucas - medidas importantes foram tomadas, mas, ou muito me engano ou, foram feitas apenas na esperança de acalmar os ânimos da troika para que esta saia de cena o quanto antes e recomece o regabofe.
2 comentários:
Claro que voltaremos ao mesmo mal o PS se instale de novo no poder. Mas para mudar alguma coisa tinha de ser feita a reforma da justiça, tal como impõe o memorando com a troika. Mas para esse lado "tá quieto", ninguém mexe. É que isso de cobrar judicialmente as dividas, do Estado e de particulares, num prazo razoável e de forma séria, ia pôr a nú muita coisa que interessa continuar escondida...
Nem mais, muito bem visto.
Ainda há muitos esqueletos no armário, por isso temos feito os minimos que troika ordena no que toca à reforma do Estado...
Enviar um comentário