domingo, 12 de maio de 2013

Crónica gastronómica das últimas férias


Gastronómicamente "órfão" desde o encerramento do Tomba Lobos, em Dezembro último, tem sido difícil para este comensal encontrar onde se refugiar e reconfortar a barriga com verdadeiro prazer. Fiquei sem um restaurante preferido, por assim dizer.
Sendo filho de uma terra pródiga em templos gastronómicos é verdade que não faltam locais onde ceder à tentação, como a Cadeia Quinhentista ou A Bolota, mas ali morava algo mais que um simples restaurante, pelo que vai daí e toca de me atrever a descobrir o que se faz no outro lado da fronteira. Em boa hora o fiz e a primeira experiência foi algo do outro mundo, mas ainda não seria ali que encontraria algo como um substituto do "lobo", esse foi descoberto nas ultimas férias e dá pelo nome de Crisol.
Tem tudo o que tinha o "lobo", o estilo moderno, a simpatia e profissionalismo de quem nos recebe e uma cozinha de outro mundo... Estão lá os genes da gastronomia da extremadura espanhola, mas um forte toque pessoal com inspiração de outras paragens e uma criatividade ímpar fazem da refeição uma experiência fantástica. Além disso tem aquela característica tão espanhola de podemos tomar uma refeição propriamente dita ou apenas petiscar as célebres "tapas", sendo que estas não são mais que doses mais pequenas dos pratos principais (tais como Teriaki de Atum ou Carpaccio de Veado e Foie, só para citar dois dos meus preferidos). Um verdadeiro luxo e a preços incrivelmente acessíveis. Em duas semanas de férias fui duas vezes e a próxima visita está certamente já agendada.
Que me perdoem os meus conterrâneos que têm excelentes restaurantes, mas nem só de tradição pode viver a nossa gastronomia, pelo que um pouco mais criatividade nunca fez, nem fará, mal a ninguém.

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