Há uns bons anos, trabalhava eu em Espanha, frequentei uma acção de formação no Porto, ministrada por um dos maiores importadores de automóveis e camiões do país, onde ouvi a história de um engenheiro sueco que tinha feito recentemente uma auditoria de rotina, para o fabricante, sobre os procedimentos do representante em Portugal, sendo que os resultados foram extremamente satisfatórios, tendo o referido auditor sentenciado que "colocassem vocês, Portugueses, no dia-a-dia a vossa extraordinária capacidade de improviso e de trabalho sob pressão e ninguém vos superaria como potência económica". O que o dito Eng. Sueco referiu não era senão o nosso tão famoso "desenrascanço", tão útil que nos tem sido em épocas de aperto.
Isto vem a propósito do post um pouco mais abaixo, onde desanco a falta de visão de alguns dos nossos patrões (por algo os chamo de patrões e não empresários). Ora esta característica de auto-crítica é também notável no povo português, sendo que ninguém fala tão bem mal dos portugueses como nós próprios; não precisamos que nos baixem a moral, se há coisa que somos auto-suficientes é nisto. E somos há muito e demasiado tempo. Se enquanto povo não sabemos valorizar aquilo que temos de bom e fazemos melhor que outros, que não é pouco, então estaremos irremediavelmente condenados ao fracasso. Também somos saudosistas como poucos, o que por vezes não ajuda lá muito. Continuamos agarrados às glórias do passado, as quais jamais devemos esquecer, mas a História escreve-se hoje para ser lida amanhã, é aquilo que fazemos hoje enquanto povo que irá ditar o que seremos amanhã enquanto nação.
Temos uma enorme capacidade de adaptação, uma assombrosa capacidade de sacrifício, uma arte sublime para o improviso a trabalhar em cima do joelho, pena é que só as usemos quando "temos os calos apertados". Como dizia o Eng. Sueco, do inicio do post, também eu acredito que se quisermos ninguém nos segura, assim haja mais amor próprio depositado além da selecção de futebol.
Temos uma enorme capacidade de adaptação, uma assombrosa capacidade de sacrifício, uma arte sublime para o improviso a trabalhar em cima do joelho, pena é que só as usemos quando "temos os calos apertados". Como dizia o Eng. Sueco, do inicio do post, também eu acredito que se quisermos ninguém nos segura, assim haja mais amor próprio depositado além da selecção de futebol.
Sem comentários:
Enviar um comentário