Aproveitando o apelo do nosso Presidente no discurso deste 25 de Abril irei falar aqui de algumas das muitas coisas boas que o nosso país tem, mais concretamente a minha região natal: o Alentejo.
Falar de Alentejo é falar de vinho e falar de vinho é falar de tinto (que me desculpem os apreciadores mas não consigo ver o vinho branco senão como um "refresco"). Se a região ainda não atingiu o mediatismo do Douro (o qual, quer queiram quer não, anda à boleia do Vinho do Porto), em termos de qualidade não lhe fica nada atrás, tendo a vantagem de ter ainda uma grande margem de evolução pela frente podendo afirmar-se a médio prazo como a região vinícola por excelência. Reconhecimento nacional e internacional não lhe tem faltado para provar isso mesmo, assim como o crescente interesse nos media como a internet.
Se há umas décadas atrás a região era conhecida pelos vinhos de Borba e Reguengos de Monsaraz, provavelmente as duas sub-regiões mais conhecidas, hoje o cenário é completamente diferente e é possível encontrar verdadeiros néctares em Évora, Portalegre, Estremoz ou Beja, pelo que a divisão em sub-regiões não faz hoje muito sentido, sendo mais lógico ver a região como um todo apesar das diferenças em cada uma delas. Cabe de tudo um pouco pela região sem nunca perder as características tão próprias de um vinho Alentejano: subtil, aromático, encorpado, complexo, etc. Dos jovens aos reservas a qualidade está mais que assegurada, residindo a dificuldade unicamente na escolha. Aquecidos pelo sol abrasador e inclemente do Verão, contrabalançados pelos Invernos gelados e secos os seus solos produzem verdadeiras obras de arte com as suas tão afamadas castas. Uma das combinações mais felizes no mundo dos vinhos mora aqui, com a Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet (esta última uma das poucas estrangeiras que alcançam na região os melhores resultados do solo nacional, tal como a Syrah e a Cabernet Sauvignon). Se a isso juntarmos uma gastronomia de eleição, então o casamento é perfeito! Julgo que é precisamente esta diversidade que confere uma riqueza muito especial e competitiva à região, que no entanto não está ainda devidamente capitalizada com políticas e estratégias comuns (como existem por exemplo no Douro), mas este é ainda um sector em amadurecimento, que tem, como já referi, uma grande margem de evolução, mas dá já sinais de vir a dar grandes alegrias à região e ao país como provam os números das suas exportações.
Em jeito de sugestão publicarei em breve uma série com as minhas escolhas pessoais, os meus 10 Vinhos preferidos do Alentejo. Até lá, bons copos!
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