Angola é um país que importa cerca de 90% daquilo que consome, onde a indústria é ainda incipiente e a excepção à regra é o sector petrolífero.
O país importa de tudo um pouco, no entanto o mercado tem evoluído imenso nos últimos anos e hoje o angolano é um cliente exigente, ao qual já não importa apenas o preço e a qualidade é um factor importantíssimo. No site do CNCA pode consultar os diferentes boletins estatísticos, onde constam as quantidades dos diferentes produtos importados, para fazer uma primeira imagem do que mais se importa. A construção civil tem um papel de destaque, graças ao Plano de Reconstrução Nacional levado a cabo pelo Governo desde o fim da guerra, pelo que os cimentos, materiais de construção, ferro e aço têm grandes volumes de importações. Mas outros sectores como as telecomunicações, a energia, o saneamento básico, a saúde, os transportes ou a alimentação têm igualmente grandes necessidades. Os serviços têm também amadurecido, pelo que a consultoria, a auditoria, arquitectura ou engenharia são também áreas em franca expansão.
Um bom começo para quem quer começar a exportar é começar a prospecção em Portugal pelas muitas e diversas empresas com filiais ou sucursais em Angola (afinal de contas Portugal é o seu segundo fornecedor), já que muitas destas empresas não exportam apenas a sua produção e têm encomendas que obrigam a uma procura em Portugal ou no estrangeiro. Estão por aqui empresas de todos os sectores (muitas delas conhecidas por todos e à distância de um click) desde a construção à energia, passando pelos transportes, telecomunicações ou bebidas, pelo que oportunidades não faltam. A outra excelente opção são as muitas tradings existentes que compram no mercado nacional para exportar para Angola, já que não tendo um portefólio específico, graças à inexistência de produção própria, negoceiam de tudo um pouco, desde máquinas e viaturas, materiais de construção, ferramentas ou produtos alimentares e bebidas.
No entanto para quem quer fazer negócios directamente é impossível não visitar o país e conhecer em primeira mão as especificidades e necessidades locais, sendo que as melhores oportunidades são as várias feiras realizadas na FILDA. No site da instituição pode verificar o calendário e escolher as que interessam, pois há para todos os gostos, desde a Constrói Angola destinada à construção civil e industria, à Alimentícia destinada aos produtos alimentares e bebidas. São feiras bastante concorridas, que fervilham de actividade, com visitantes de todas as latitudes, pelo não é difícil fazer negócio, mas planifique com bastante antecedência, principalmente porque as reservas de hotéis são ainda algo complicadas devido à grande procura e pouca oferta. Para melhor informação e esclarecimento pode, e deve, contactar o organizador - Eventos Arena - o qual tem uma delegação em Portugal para o efeito. O AICEP e a Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola são igualmente referências obrigatórias de apoio para quem quer iniciar a sua actividade exportadora.
No próximo post irei abordar as obrigações legais para a importação em Angola, as quais são importantíssimas, para evitar surpresas desagradáveis que podem deitar por terra qualquer aparente bom negócio.
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