Na vertigem da presente crise mundial é já quase um dado adquirido, pela opinião pública, o falhanço dos economistas pelo estado de coisas da actualidade.
Basta dar uma vista de olhos pela blogosfera, jornais ou revistas para ver como as críticas se multiplicam neste sentido, no entanto, a meu ver, andamos a apontar baterias ao alvo errado. Os economistas não são mais que teóricos/analistas óptimos a explicar o que aconteceu, mas péssimos a prever o que está para vir, tal a quantidade de variáveis com que trabalham. Então e os Gestores? Afinal é o que acontece nos escritórios das empresas pelo mundo fora que irá ditar o estado da economia. É aquilo que "eu" enquanto director ou presidente de uma empresa faço e decido no dia-a-dia da empresa que irá influenciar o meio onde esta se insere; pois as empresas não são entidades isoladas, mas membros activos de uma sociedade. Não será a tão diabólica especulação financeira, simplesmente, uma prática de gestão nociva?
É verdade que, economicamente falando, podemos escolher ser Keynesianos ou Liberais, mas, em última análise, a forma como gerimos, seja a coisa pública ou privada, resume-se a sermos responsáveis ou irresponsáveis, pois o que importa é o resultado final e nada mais. Ou somos competentes ou não. Mais simples impossível. O mesmo se aplicará, como é óbvio, aos políticos.
Enquanto não começarmos a discutir os modelos e práticas de gestão da actualidade de nada adiantaremos e jamais mudaremos este estado de coisas, pelo contrário só o agravaremos, pois não se trata apenas das práticas das empresas e organizações públicas, mas igualmente daquelas que são ensinadas nas universidades pelo mundo fora. Henry Mintzberg, uma das poucas vozes que se fazem ouvir, há algum tempo que alertou para este facto na sua excelente obra "Gestores, não MBA's" (editado originalmente em 2004), onde numa brilhante crítica ao ensino da Gestão acaba por dar uma verdadeira lição sobre como se gere, quer se tratem de empresas, ONG's ou países, como ao mesmo tempo avisava já para o que estava para vir.
No início dos 90 James Carville lembrou Bill Clinton que "é a economia, estúpido" e a malta parece que gostou e não mais esqueceu, mas e a Gestão, pá?!
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