sábado, 10 de agosto de 2013

Da obsessão em afundar Portugal

Se há coisa para a qual já não tenho a mínima paciência é para o "coitadismo" nacional lusitano. Português de Portugal só sabe falar mal. Não vale a pena dizer mais porque é mesmo assim. Ponto.
O nacional-lamentismo ainda era coisa tolerável antes do eclodir da grande crise, mas com a terceira falência em três décadas a coisa agravou-se e é vê-los e e ouvi-los por tudo quanto é sitio. Esta crónica de um tal Bruno Proença, no Diário Económico, é um dos mais recentes e melhores expoentes da coisa (e um excelente texto para substituir o papel higiénico numa ida ao wc). Sinceramente estou farto, muito cansado mesmo, desta moda de olhar com pena para nós, emigrantes, e pintar de preto o futuro nacional. Ah e tal coitadinhos, têm tanta formação e tiveram de ir embora, foram empurrados como diz o Bruno Proença.
Dou um conselho a quem partilha desta preocupação: não se preocupem. Nós, emigrantes, dispensamos muitíssimo bem esta preocupação bem falante, pois em boa hora emigrámos e fugimos, sim, fugimos, desse pessimismo reinante, desse fatalismo que consume Portugal, que afoga a ambição e enterra todo um povo na maior das misérias possíveis: a falta de esperança. Que malvada obsessão pelo fracasso, pelo derrotismo, pela miséria material e humana é esta que queima tudo quanto toca?! Se nada mais têm a dizer ou a fazer em prol da nação à qual dizeis pertencer, fazei um favor para bem de todo Portugal: calai-vos de uma vez por todas! Mesmo com o a sol a brilhar intensamente, havíeis de encontrar forma de lamuria  nem que fosse pelo calor. Sabemos que os tempos não são fáceis e por isso não precisamos que nos gritem todos os dias aos ouvidos a mesma coisa, tal como a um faminto não se pergunta se tem fome. Diz ainda o Sr. Bruno, no titulo do seu texto, que a geração dos trinta  está de castigo, imagine-se... O tanas! A nossa geração foi literalmente lixada com F grande pela geração anterior, mas isso são contas de outro rosário e não é com choradinhos que se arruma a casa. Adiante.
As boas notícias podem andar por aí, mas, sempre escondidas, como mandam os cânones do nacional-lamentismo, como se uma puta de uma boa noticia não fosse o melhor bálsamo para o espírito em tempos tortuosos. Jamais vi ganharem-se guerras e batalhas com bota-baiximos, lamurias e cantigas de fado. Deve ser isto aquilo que Henrique Raposo descreve aqui como a obsessão queirosiana, onde não posso estar mais de acordo com o mesmo: o nosso problema não é material, está mesmo na cabecinha.

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