Estamos a dar um triste espectáculo, sem rodeios e preto no branco é aquilo que vê quem está de fora.
Vítor Gaspar que era tão bom, tão competente, tão recto, a pessoa ideal para o leme em mar tempestuoso, afinal não aguentou a contestação do zé povinho. Simplesmente porque, como eu sempre defendi, era alguém que estava completamente desligado do país real, vivia de e para números, ou seja nas nuvens. A seguir o que faz o parceiro de coligação? Uma birra, pois bem. Excelso sentido de Estado, responsabilidade e comprometimento com a nação. Sem dúvida tudo aquilo que o CDS sempre defendeu... Ah não gostou da escolha? Azar. Discuta, proponha outra, faça o que entender (não tem uma reforma do Estado para apresentar?), agora bater com a porta com todas as mais que conhecidas consequências é andar a brincar e gozar com quem lhe paga o salário. Como se diz na minha terra mostrou o cuzinho todo, que é como quem diz a face: o poder pelo poder. Vai daí os tão famigerados mercados, tão odiosos e malvados, lá mostraram a verdadeira face desta palhaçada toda: que não governamos, nem nos deixamos governar, mas, mais importante ainda, que continuamos falidos, algo que parece escapar a uma grande falange dos nativos da Lusitânia.
Entretanto o circo continua, com a esquerda radical a masturbar-se com a crise despoletada e os socialistas a salivarem com o vislumbre da cadeira do poder. Há ainda por aí umas criaturas iluminados que pedem eleições antecipadas. Em Portugal gosta-se muito de pedir eleições antecipadas. Aliás gostamos muito de antecipar seja o que for, basta ver a quantidade de criaturas-fazedoras-de-opinião que pululam pelos nossos media, como puro lixo tóxico, antecipando tudo e mais alguma coisa excepto a nossa tremenda incompetência para governar, enfim... O governo mexe no meu queijo? Eleições antecipadas! Há uma crise política? Eleições antecipadas! Eu muito me engano ou está mesmo tudo doido ou o calor está a dar cabo da tola a muita gente. A ver se nos entendemos: houve eleições há dois anos atrás, foram escolhidos os partidos para nos governar durante quatro anos. Falar em eleições novamente é uma total idiotice e uma tremenda infantilidade. É que não há outro adjectivo. Bonito seria sempre que um governo toma uma medida impopular (ui tantas que ainda há para tomar!) ou a qualquer crise política houvessem eleições. Mas esse tipo de gente não tem nada na cabeça?! Ou foram demasiado mimados na infância e os papás faziam-lhes as vontadinhas todas não antecipando a idade adulta?!
Menos mal que no meio disto tudo há um PM com algum bom senso. Não está isento de falhas e erros, que os tem como qualquer ser humano (é impossível agradar a gregos e troianos), mas tem aquilo a que se exige a um líder em momentos difíceis: calmo, sóbrio e tranquilo. Algo que escasseia há muito pelas nossas elites. Portanto vamos mas é manter a calma, olhar em frente e continuar a trabalhar, pois por muito que nos custe ainda não há pão para malucos.
Publicado também aqui.
Publicado também aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário