No rescaldo das recentes eleições os blogues apoiantes do regime, quais corporativos de província (que também os há, assim como blasfemos e insurgentes), insistem em manter a estratégia que tão bons resultados trouxe ao país, continuando a misturar alhos com bugalhos, sem qualquer fundamento, ideia ou projecto de futuro.
Como se pode ler nesta posta, o autor mistura no mesmo pote supostos ataques da imprensa ao querido líder, com TGV, Linha de Mercadorias e Plataforma Logística. Et voilá: o PS governa o país há 6 anos, a cidade há 18, mas a culpa do atraso de Portugal e de Elvas é da oposição. Vamos então por partes. Primeiro: quem não quer ser lobo não lhe vista a pele, portanto se José Sócrates só é adorado pelos militantes socialistas talvez seja por ter prometido 150 mil empregos e ter deixado mais de 700 mil desempregados; ou colocar a economia a crescer e deixar-nos em recessão, cortar salários e benefícios, além de uma dívida monstruosa para os nossos netos pagarem. Segundo: TGV, Linha de Mercadorias e Plataforma Logística são projectos completamente diferentes e, sobretudo, independentes, os quais se não se tornarem realidade devemos agradecer, unica e exclusivamente, ao PS, por nos ter deixado a maior dívida pública dos últimos 160 anos e um país em recessão que não permite caprichos. E não se esqueçam que o PS também assinou o Memorando com o FMI e a UE...
Quanto aos projectos para Elvas ainda não percebi o que leva alguém a crer que o TGV trará desenvolvimento. Trará turistas? Agência de viagens? Hotéis? Se estes não vieram com a A6, porque virão com um TGV Lisboa-Madrid sem algo novo que os faça parar em Elvas? Para que isso aconteça a cidade tem de criar pontos de interesse, trabalhar para se tornar aquilo que ainda não é: uma cidade competiviva e atraente, algo que com Évora de um lado e Badajoz do outro não é tarefa fácil. E nada se tem feito para contrariar isso. Recordo que o PS governa Elvas há 18 anos.
Já a Plataforma Logística e a Linha de Mercadorias, ligando Elvas a Sines, seriam projectos deveras interessantes, com um pequeno senão que dá pelo nome de Badajoz. Enquanto a cidade vizinha já mexe os cordelinhos junto do Porto de Sines ou anuncia os terrenos da sua localização e procura inquilinos, Elvas continua a dormir à sombra da azinheira. Além disso nuestros hermanos têm argumentos de sobra para deitar por terra qualquer aspiração lusitana, pois têm uma economia mais forte, moderna, competitiva e, principalmente, um regime fiscal mais favorável, pelo que daí talvez se compreenda que diversas empresas portugueses têm já escritórios em Badajoz (e ainda nenhum destes projectos avançou!). Ora é por estas e por outras que a Eurocidade Elvas-Badajoz, que tanto se fala, só fará sentido enquanto Zona Franca, após a construção da Plataforma, por forma a eliminar as enormes assimetrias económicas e fiscais, caso contrário é para esquecer (e os elvenses que acordem enquanto é tempo), porque Badajoz ficará com tudo.
Poderiamos também analisar a questão do ponto de vista mercantil e logístico, sobre o qual tenho, também, muitas dúvidas quanto à viabilidade do projecto. Senão vejamos: dos maiores armadores mundiais, que detêm o monopólio do transporte mundial de mercadorias, como a Maersk, Grimaldi, Niledutch, ou MSC, salvo erro, só este último utiliza o Porto de Sines. E aqui é que a porca torce o rabo, pois a oferta de armadores, logo de destinos finais, é muito maior em Lisboa ou Alcegiras. Trocado por míudos: o Porto de Sines limitar-se-ia, nos moldes actuais, a servir o Alentejo e o norte da Extremadura espanhola. Assim as perguntas que se impõem são: terá a região mercadorias suficientes para ecoar que justifiquem tal investimento? Qual a mais valia de Sines contra Alcegiras ou Lisboa? Valerá a pena neste cenário enviar mercadoria via comboio para Sines ou por estrada para Lisboa? A resposta a estas questões são a chave para a construção da Plataforma Logística tão adorada pelo PS elvense, que governa Elvas há 18 anos, mas pelos vistos não percebe patavina de transportes internacionais e comércio mundial.
É possível inverter este cenário? Claro que sim, mas Elvas não pode continuar a pensar que serão sempre os outros a fazer os seus trabalhos de casa como até aqui (sejam eles o poder central ou os nossos vizinhos espanhóis), pois até a ideia de como Badajoz pode contribuir para o desenvolvimento da cidade tem sido até hoje um verdadeiro tiro no pé. E todos sabemos que transportes internacionais e logística são temas chatos como à putassa e nada interessantes, mas isso não invalida que a malta se informe antes de mandar bitaites que em nada ajudam ao esclarecimento dos votantes.
Já a Plataforma Logística e a Linha de Mercadorias, ligando Elvas a Sines, seriam projectos deveras interessantes, com um pequeno senão que dá pelo nome de Badajoz. Enquanto a cidade vizinha já mexe os cordelinhos junto do Porto de Sines ou anuncia os terrenos da sua localização e procura inquilinos, Elvas continua a dormir à sombra da azinheira. Além disso nuestros hermanos têm argumentos de sobra para deitar por terra qualquer aspiração lusitana, pois têm uma economia mais forte, moderna, competitiva e, principalmente, um regime fiscal mais favorável, pelo que daí talvez se compreenda que diversas empresas portugueses têm já escritórios em Badajoz (e ainda nenhum destes projectos avançou!). Ora é por estas e por outras que a Eurocidade Elvas-Badajoz, que tanto se fala, só fará sentido enquanto Zona Franca, após a construção da Plataforma, por forma a eliminar as enormes assimetrias económicas e fiscais, caso contrário é para esquecer (e os elvenses que acordem enquanto é tempo), porque Badajoz ficará com tudo.
Poderiamos também analisar a questão do ponto de vista mercantil e logístico, sobre o qual tenho, também, muitas dúvidas quanto à viabilidade do projecto. Senão vejamos: dos maiores armadores mundiais, que detêm o monopólio do transporte mundial de mercadorias, como a Maersk, Grimaldi, Niledutch, ou MSC, salvo erro, só este último utiliza o Porto de Sines. E aqui é que a porca torce o rabo, pois a oferta de armadores, logo de destinos finais, é muito maior em Lisboa ou Alcegiras. Trocado por míudos: o Porto de Sines limitar-se-ia, nos moldes actuais, a servir o Alentejo e o norte da Extremadura espanhola. Assim as perguntas que se impõem são: terá a região mercadorias suficientes para ecoar que justifiquem tal investimento? Qual a mais valia de Sines contra Alcegiras ou Lisboa? Valerá a pena neste cenário enviar mercadoria via comboio para Sines ou por estrada para Lisboa? A resposta a estas questões são a chave para a construção da Plataforma Logística tão adorada pelo PS elvense, que governa Elvas há 18 anos, mas pelos vistos não percebe patavina de transportes internacionais e comércio mundial.
É possível inverter este cenário? Claro que sim, mas Elvas não pode continuar a pensar que serão sempre os outros a fazer os seus trabalhos de casa como até aqui (sejam eles o poder central ou os nossos vizinhos espanhóis), pois até a ideia de como Badajoz pode contribuir para o desenvolvimento da cidade tem sido até hoje um verdadeiro tiro no pé. E todos sabemos que transportes internacionais e logística são temas chatos como à putassa e nada interessantes, mas isso não invalida que a malta se informe antes de mandar bitaites que em nada ajudam ao esclarecimento dos votantes.
2 comentários:
Logicamente que sou a favor da pluralidade democrática, do livre pensamento e da lberdade de escolha. Mas insistir na solução Sócrates só denota ausência de cérebro. Ponto.
Nem mais. Por algo o louco é aquele que repete o mesmo comportamente esperando obter resultados diferentes.
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