sábado, 30 de junho de 2012

Elvas é Património Mundial!


Hoje, Sábado, 30 de Junho de 2012, fica definitivamente na história e no coração de todos os elvenses, que vêm as fortificações da sua cidade receber tão distinta nomeação da UNESCO.
Fez-se justiça, Elvas merece e quem a conhece sabem que assim é. Portugal e o Alentejo juntam assim mais uma nomeação ao seu rico portefólio de locais que são Património Mundial.
Não conhecem? De que estão à espera?!

Reflexão sobre Angola, Portugal, o trabalho e outras coisas

Depois de uns meses em Angola sem pausas e com as terras da Lusitânia a cheirarem a verão o cérebro começa a entrar em default.
Como é a vida em Angola? Costumam perguntar-me amiúde. Numa palavra: cansativa. Mas também gratificante. Para um habitante das terras do hemisfério norte, que toma por seguro e garantido coisas banais como água na torneira e energia eléctrica, chegar a casa numa sexta-feira depois de um dia de trabalho e não ter energia e o gerador ir à vida não é fácil e pode ser um verdadeiro pesadelo. Há que ter estofo. Aqui nada é garantido e tomar um duche de chuveiro chega a ser um verdadeiro luxo depois de 15 dias sem água da rede. Mas a melhoria é notável, pois há 5 anos atrás a situação era muito mais difícil, afinal reconstruir um país depois de 30 anos de guerra é tarefa hercúlea (e os Angolanos estão de parabéns pelo que têm feito até aqui).
Depois o trânsito. Lento e caótico. Vivo a cerca de 2 km apenas do local de trabalho e já demorei uma hora para chegar a casa. A pé demoro apenas 10 minutos. É quase impossível marcar compromissos a horas certas, a incerteza é a única certeza. Seria no entanto injusto não dizer que melhorou; as novas vias facilitaram muito, a sinalização é mais eficaz e a policia de trânsito tem um papel importantíssimo na circulação rodoviária. Há locais onde os agentes reguladores são autênticos heróis, pois na sua ausência é impossível circular.
Depois o trabalho em si. Não deixa de ser irónico num país onde, por conjuntura da reconstrução das infraestruturas, as coisas acontecem devagar, mantermos um ritmo de trabalho endiabrado. Se julgam que nas economias avançadas se trabalha depressa venham conhecer Angola; aqui é tudo para ontem. Talvez seja a crise permanente que se vive em Portugal que obriga as nossas empresas aqui a compensar as perdas de lá; não sei, ou talvez o facto de um expatriado não ser barato, o certo é que aqui trabalha-se e muito. Mesmo. Ainda por cima para quem escolher uma das profissões mais stressantes do mundo... Se os transportes e logística na Europa já não são fáceis, aqui a coisa só vista, porque contada ninguém acredita. Afinal, como diz um velho amigo director de uma agência de navegação: "toda a actividade económica depende de nós, mas, ao mesmo tempo, ninguém dá por nós, somos os low-profilers da economia". Um exemplo da dependência? Cerca de 200 emails recebidos por dia e pelo meio-dia a memória do telefone já esgotada entre chamadas recebidas e efectuadas... É obra!
Por tudo isto, Angola não mata, mas mói. Quando vou de férias tenho o cérebro literalmente em água. Mas ao mesmo tempo é deveras gratificante, pois com todas as dificuldades do meio ganhamos competências inimagináveis para quem vive no conforto do hemisfério norte. Ganhamos uma visão da organização a 360º, a gestão ganha uma nova dimensão e aqui, melhor que em qualquer lugar, percebemos Mintzberg quando diz que o gestor não deve estar acima na organização num organograma em 2D, mas sim bem no centro num esquema em 3D. E ainda nos tornamos criativos. Quando a internet vai abaixo, quando o sistema do banco não funciona, quando o Porto não consegue localizar aquele contentor tão importante, só com muita imaginação atingimos o sucesso. É por estas e por outras que costumo brincar a dizer que se os expatriados em Angola regressassem todos ao mesmo tempo para Portugal iriam contribuir ainda mais para o desemprego, pois cada um podia substituir vários quadros de uma assentada. Não por acaso um amigo que regressou há pouco ouviu dos colegas para ter mais calma e ir mais devagar porque o trabalho não acabava e havia mais pessoas que o podiam fazer... Talvez por isso a pergunta do milhão é porque não trabalhamos nós em Portugal desta forma e deixámos o país entrar em falência? Os salários explicam alguma coisa, mas, certamente, não explicam tudo.

sábado, 23 de junho de 2012

A nossa cauda curta


"A economia focalizada no hit, (...), é o resultado de uma época em que não havia espaço suficiente para levar tudo a todos: não havia espaço suficiente nas prateleiras para todos os CD, DVD e jogos de video produzidos; não havia canais de televisão suficientes para transmitir todos os programas; não havia ondas radiofónicas para criar toda a música criada; e muito menos horas suficientes num dia para inserir tudo na programação.
Este é o mundo da escassez mas, agora, com a distribuição e comércio online, estamos a entrar no mundo da abundância. As diferenças são profundas. (...)
A grande maioria dos produtos não está disponível numa loja perto de si, pois a economia do comércio tradicional focalizado nos hits vê-se na necessidade de limitar a escolha. Quando se torna possível diminuir drasticamente os custos de conexão entre a oferta e a procura, isso muda não apenas os números, mas toda a natureza do mercado. Não se trata de uma mudança meramente quantitativa, é também qualitativa. A acessibilidade nos nichos revela a procura latente de conteúdo não comercial. Depois, à medida que a procura transita para os nichos, a economia que os providencia irá melhorar ainda mais, e assim por diante, criando uma espiral de feedback positivo que irá transformar indústrias inteiras - e a cultura - nas próximas décadas."

Chris Anderson, "A Cauda Longa" (Actual Editora)
Nota: negritos meus.

Este livrinho de Chris Anderson devia ser leitura obrigatória em Portugal para percebermos de que se fala quando os nossos líderes acenam com os chavões da competitividade, produtividade, necessidade de diversificar e exportar. Falar por falar sem fazer não paga imposto e como tal a verdade é que temos um país de cauda curta. Há demasiado tempo.
Pelas frases acima descritas é torna-se mais claro o porquê da nossa terceira falência em três décadas. Enquanto mantivermos a ditadura dos monopólios e o proteccionismo aos instalados não sairemos da cepa torta; iremos manter-nos arcaicos, atrasados e obsoletos. Não perceber que a única ditadura a existir deve ser a do consumidor, e que só providenciando a este uma verdadeira e abundante liberdade de escolha a nossa economia florescerá, é esperarmos uma nova vinda do FMI daqui a uns anos. As empresas exportadoras já perceberam isso, falta mudar o paradigma cá dentro.
Manter a clientela satisfeita é para quem compra, não para quem vende. A satisfação do cliente no nosso país não passa de papel nas universidades; vide como exemplo disto as telecomunicações e a energia. O suposto liberalismo de um Governo devia passar obrigatoriamente por aqui e não apenas por reduzir salários e aumentar impostos - que encurtam ainda mais a cauda pela redução da liberdade de escolha - por imposição de uma troika qualquer.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Perguntas antes da meia-final

É impressão minha ou acabámos de dar um verdadeiro bailinho dos checos?

Não sendo falsa modéstia, serei só eu a julgar que Portugal é a selecção que está a jogar o melhor futebol deste europeu?

Agora é que acabou a crise?

domingo, 17 de junho de 2012

Coisinhas boas do Alentejo: Herdade da Malhadinha Nova


Se ontem revelei o meu vinho de eleição hoje recomendo vivamente conhecer onde é produzido: a Herdade da Malhadinha Nova, em Albernoa (Beja).
É um dos tesouros mais bem guardados do Alentejo e uma escolha turística de eleição. Ali não há meias medidas e tudo é feito com esmero e dedicação, o que só pode resultar em excelência. Em plena planície alentejana surge este pequeno oásis, onde nos podemos deleitar com fabulosos vinhos, visitar a adega e as vinhas, relaxar no Spa ou optar por diversas actividades como a pesca, passeios de moto quatro ou a cavalo, bem como desfrutar da fantástica cozinha do Restaurante Gourmet
E que restaurante! Em local algum, dos que já visitei, a cozinha tradicional alentejana casa de forma tão magnífica com a modernidade da cozinha de autor, onde os fabulosos vinhos da casa são o complemento perfeito. Aqui uma refeição é toda uma experiência sensorial, que merece ser apreciada devagar e com tranquilidade, como mandam os cânones alentejanos. A decoração é moderna e minimalista, mas sóbria e elegante, e as paredes da sala principal são de vidro, um detalhe delicioso que permite a vista para a horta e uma luminosidade fantástica. Todos os ingredientes vêm das terras da Herdade, o que é uma garantia de frescura e qualidade ímpar. Para termos uma ideia da coisa diga-se que Bruno Antunes, Chefe Residente, conta com o auxílio de Joachim Koerper, em cujo currículo figuram uma série de restaurantes com estrelas Michelin, o qual afirma sem rodeios que a cozinha alentejana é a melhor de Portugal e uma das melhores do mundo. Não é para qualquer um.
Se não é o local perfeito, para conhecer o melhor do Alentejo, andará lá perto.

sábado, 16 de junho de 2012

Vinhos do Alentejo: as minhas escolhas (1º)


Malhadinha Tinto (Albernoa, Beja)

Qualquer adjectivo seria pequeno para esta maravilha da Herdade da Malhadinha Nova.
Simplesmente único; não há igual. Não o conhecer é pecado.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cada um sabe de si e o Estado sabe de todos

Depois das lições de higiene da ASAE, do fumo no local onde almoçamos fora de casa, do fumo nos nossos carros, das taxas de segurança alimentar, da escolaridade com idade obrigatória e das finanças nas operações STOP, eis que a DGS quer proteger as nossas crianças dos acidentes domésticos.
Estupidifiquemos então e deixemos correr a irresponsabilidade, que sua santidade o Estado lá estará a vigiar-nos, quais imbecis incapazes. Além de cada vez mais sermos apenas meros contribuintes, ainda somos tidos por tolinhos que não sabemos cuidar de nós e daqueles que nos são mais próximos. Começo a compreender o porquê de enquanto povo não reclamarmos por mais liberdade e permitirmos cada vez mais atrozes atropelos à nossa privacidade: se falharmos não será por nossa responsabilidade, mas de quem prometeu proteger e guiar-nos. É mais fácil. Talvez por isso nos lamentemos e adoremos tanto o nosso fado ao invés de fazermos e trabalharmos para o nosso bem individual e por acréscimo comum. A nossa desgraça no fim de contas é sempre culpa de outro. Afinal foram anos de mão estendida a quem nos incentivou, estimulou, financiou e subsidiou. Já lá vai quase um século que andamos nisto.
Mas os malvados são os liberais, esses sacanas que nos querem atirar à nossa sorte. Sermos responsáveis pelo nosso destino? Era o que faltava! Afinal se pagamos taxas, taxinhas e impostos é para algo: cuidarem de nós. A continuar assim mais vale qualquer dia entregarmos as chaves de casa, do carro, a tutela dos nossos filhos, deixarmos de estudar, abdicar da dedicação no trabalho (aqueles que não o têm é deixarem de procurar) e não pagarmos impostos. Entregamos o salário por inteiro ao Estado e governem-nos. Aproveitamos a deixa e acabamos logo com os dois maiores flagelos de Portugal: os ricos e os pobres.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ouvi dizer que Deus processou esta banda por plágio(*)



(*) Comentário ao video no Youtube

Nenhum tema como este, dos Sigur Rós, para me acalmar o espírito e elevar a alma.

domingo, 10 de junho de 2012

10 de Junho


Imagem daqui.

Me cago en la leche!

E pronto, conforme há muito se adivinhava nuestros hermanos estenderam a mão: nada mais nada menos que 100 mil milhões, só para a banca.
Como a economia deles não é a nossa, nem a Grega, outro galo canta, pois consta que não terão condições tão apertadas como os restantes. A ver vamos, pois o resgate Irlandês também foi para sanear uma bolha financeira e o povo é quem está a pagar; muito temo que a coisa não seja assim tão simples e que "a crise da vizinha será pior que a minha"Ao contrário do que por cá se viu ali os responsáveis estão já apontados e há quem peça as devidas responsabilidades.

Agora venha o filme do costume de atirar as pedras aos malvados mercados, ao neoliberalismo, ao capitalismo e seus afins.
Surpreende-me como muita gente não compreenda ainda que neste sistema financeiro não podemos deixar cair um banco, pelo risco sistémico que comporta para os restantes, pelas constantes intervenções estatais na banca e não porque estes gozem de liberdade para a sua acção. Foi a constante intervenção estatal, muitas vezes directa (interferindo com a gestão da organização) ou através de incentivos ao crédito barato, ao investimento público, às PPP's e outros que tais que criaram a sensação "too big to fail". Isto é socialismo puro. Num sistema bancário saudável, tal como noutros sectores, só se evita o risco sistémico afastando por completo as intervenções estatais, por forma a que as organizações adoptem mecanismos e práticas de gestão que as protejam das asneiras dos outros. Se em qualquer empresa há um indicador básico para medir a sua exposição que diz que o peso de um cliente não deve ser superior a 15% do volume total das vendas, porque não adoptam os bancos princípios semelhantes ao invés de mergulharem de cabeça em activos de risco com enorme exposição? Não será porque sabem que existe um para-quedas estatal?
Reafirmo assim, aquilo que há muito venho defendendo: esta não é, em primeira instância, uma crise económica e financeira, mas sim uma crise de práticas de gestão, onde erram os governos que se metem constantemente onde não são chamados, esquecendo o seu papel de mero regulador ao invés de jogador, como erram as organizações que adoptam práticas de risco. No fim de contas pagamos todos uma factura demasiado elevada.

sábado, 9 de junho de 2012

As crónicas na Janela Indiscreta da Antena 1

Esta humilde casa foi o destaque desta semana.
Podem ouvir aqui.

Obrigado ao Pedro Rolo Duarte pelo destaque.

Agradeço igualmente ao Daniel Santos por me ter dado a notícia via email.

Vinhos do Alentejo: as minhas escolhas (2º)

Quinta do Carmo (Estremoz)


Estremoz tem muitos e bons vinhos, sendo, na minha opinião, a Quinta do Carmo o seu ex-libris.
A Quinta foi propriedade da prestigiada casa Lafite Rothschild, que apurou um dos melhores vinhos da região.
Encorpado, aromático, com boas notas de madeira, grande personalidade, complexo e um soberbo final de prova, é um vinho excepcional em todos os aspectos.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Vinhos do Alentejo: as minhas escolhas (3º)

José de Sousa (Reguengos de Monsaraz)


Chegamos ao pódio das minhas escolhas e para entrar nada como um vinho totalmente diferente da maioria.
José de Sousa Tinto é feito recuperando o método ancestral de fermentação em ânforas de barro, utilizado na antiguidade em terras Alentejanas. Daí resulta um vinho muito aveludado, com taninos muito suaves, mas com corpo e aromas esplêndidos que persistem num excelente final.
Se o deixarem envelhecer revela toda a sua elegância; este ano tive a sorte de provar um de 2006 e estava simplesmente soberbo.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

António Borges, os salários e a gestão num país falido

António Borges (ex-quadro do Goldman Sachs, logo o demo) referiu que reduzir salários em Portugal não será uma política, mas sim uma urgência e logo um coro de indignados se levantou.
O que está em causa neste momento em Portugal não é o nível dos salários, se são altos ou baixos, mas sim a impossibilidade que as empresas têm de reduzir os mesmos, como forma de redução de custos em períodos de crise, sobrando apenas o despedimento como alternativa para o efeito. As empresas podem reduzir a margem nas vendas para manterem o seu volume? Podem, mas o mais certo é aumentarem o custo das mesmas, quando o deviam reduzir e não o podem fazer por impossibilidade de negociação com os trabalhadores. Diz-se que os custos com o trabalho diminuíram; certamente que sim, mas não com os trabalhadores no activo, apenas com os (poucos) novos contratados, pois a redução do custo com os que estão no activo é o despedimento! Não perceber isto é não perceber minimamente com se gere uma empresa.
E trazer para esta discussão o salário de António Borges, ao invés das ideias do mesmo, é conversa para boi dormir e tapar o sol com a peneira. Até porque para deitar mais lenha para a fogueira podíamos até imaginar como andaria o desemprego se houvessem pessoas dispostas a trabalhar por menos que o salário mínimo nacional. Ficaríamos a China da Europa? Só por manifesta má fé se pode dizer tal coisa, ou ainda não percebemos que estando na Europa temos de nos comparar é com a Alemanha ou Holanda? Portugal só crescerá pela qualidade do seu trabalho, nunca pela quantidade. Nem de propósito a Troika deixou hoje mais algumas recomendações nesse sentido.

sábado, 2 de junho de 2012

Vinhos do Alentejo: as minhas escolhas (4º)

Herdade dos Grous (Albernoa, Beja)


Se há região que tem vindo a surpreender meio mundo com vinhos de excepção é o Baixo Alentejo e para o provar este é um dos melhores exemplares.
Cheio de carácter, complexo, sofisticado, extremamente elegante e pleno de aroma.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Um ano depois

Praticamente um ano depois das legislativas podemos e devemos fazer a pertinente análise à actuação do governo, pelo que minha sendo feita à distância limita-se ao que vejo na comunicação social e a coisa é pouco menos que frustrante.
Por norma é no inicio de mandato que os governos mostram mais obra, pelo que este pelo que tem mostrado até aqui o que podemos esperar no futuro não augura coisa por aí além. Além da troika foram apenas os impostos e despesa pública. Se o desemprego galopante só surpreende os desprevenidos, pois o mesmo faz parte da cura, já a derrapagem nas contas públicas, as reformas económicas que tardam, a justiça ineficiente, a saúde ainda mais precária e a mania do Estado continuar a meter-se em todos os aspectos da vida de cada um são, no mínimo, puras desilusões para um governo que se apregoava liberal.
Durante a maior crise financeira e económica da nossa democracia a aprovação de novas taxas audiovisuais, taxinhas de segurança alimentar ou aumentos da idade para a escolaridade obrigatória, sem que por outro lado se contemple a isenção temporária de impostos para novos contratos de trabalho, bem como para novos trabalhadores por conta própria, a redução de impostos para os empregados a recibo verde, a redução do capital social para as sociedades unipessoais, a aprovação compulsiva de todo e qualquer projecto de investimento solicitado às autarquias ou a isenção de IRC nas exportações (só para citar alguns exemplos) é puro terrorismo económico. Já cortar salários, pensões e 13º e 14º mês por falta de dinheiro enquanto se mantêm as mordomias das PPP's com o argumento de que há contratos assinados, como se os funcionários públicos e pensionistas não tivessem também eles contratos assinados, e ao mesmo tempo os funcionários do governo e administração central aumentaram os seus vencimentos é puro terrorismo social.
No meio disto tudo estão de parabéns dois sectores da nossa sociedade: as empresas exportadoras e os novos emigrantes. É graças a eles que a crise não é maior. Mas não lhe chamem empreendedorismo, isto é apenas o nosso nacional-desenrascanço a funcionar. E por favor deixem-se de desculpas de que o governo tem pouco tempo em funções, um ano dá para muita coisa e até agora temos pouco, muito pouco para quem apregoava que sabia por onde iria e dispõe de maioria absoluta. Nós também sabíamos e até agora não vimos grande coisa. Temos governantes mais sinceros? Temos. Foram feitas algumas privatizações e reformas? Foram. Mas é pouco, num país a precisar de uma volta de 180º. No entanto ainda há muito mandato pela frente, pelo que a ver vamos...